As pesquisas com mais de um medicamento ao mesmo tempo tem aberto várias possibilidades terapêuticas, inclusive com alternativas a intervenções cirúrgicas.
É sobre isso que vamos tratar no artigo de hoje da jornada 40 dias com GA (Gabriel Almeida). Se você quiser se manter atualizado sobre emagrecimento e qualidade de vida, estar na vanguarda e ter insights para fazer de 2023 o melhor ano da sua vida. Você está no lugar certo.
Resenha do artigo: The catcher in the gut: Tirzepatide, a dual incretin analog for the treatment of type 2 diabetes mellitus and obesity.
A carga cada vez maior de obesidade, diabetes mellitus tipo 2 (DM 2) e comorbidades relacionadas está exigindo uma melhor compreensão fisiopatológica, bem como novas opções de tratamento. As terapias baseadas em incretina já estão disponíveis, com destaque especial para o GLP-1 (glucagon-like peptide) e GIP (glucose-dependent insulinotropic polypeptide).
O GLP-1 e o GIP exercem diversas ações fisiológicas como aumento da secreção de insulina, controle glicêmico e do apetite, cardioproteção e melhora da função do tecido adiposo, entre outras. Recentemente a FDA aprovou o uso de Tirzepatida (Mounjaro), e o Comitê de Medicamentos para Uso Humano da União Européia também deu um parecer positivo sobre a utilização da Tirzepatide para o tratamento do DM2.
No estudo de Lempesis et al (2022) os autores apresentam evidências de ensaios clínicos recentes que apoiam a Tirzepatide como medicamento antidiabético e também o seu potencial uso para o controle da obesidade.
A Tirzepatide tem uma ação dupla por atuar como agonista dos receptores de GLP-1 e GIP. Além das ações já conhecidas dos agonistas do GLP1 (aumento da secreção de insulina, aumento da saciedade, lentificação do esvaziamento gástrico, entre outras), acrescenta-se o GIP, que potencializa alguns desses efeitos (como a secreção de insulina) e agrega ações sobre o tecido adiposo branco (melhora a sensibilidade à insulina e reduz a infiltração de células pró-inflamatórias).
Em outras palavras, as ações da Tirzepatide em ambos os receptores (GLP1/GIP) complementam e sinergizam os efeitos sobre o controle glicêmico e o peso corporal. Esses achados evidenciam que a coadministração de múltiplos medicamentos com diferentes mecanismos de ação pode aumentar a eficácia terapêutica da obesidade.
Vídeo comentário sobre o uso de múltiplos medicamentos na obesidade
Conclusão
A Tirzepatide está apresentando resultados tão impressionantes que, além dos benefícios para as pessoas com diabetes tipo 2 ou obesidade, nos faz repensar nossas estratégias terapêuticas.
Estamos entrando em uma nova era no tratamento da obesidade com medicamentos tão eficazes que se igualam aos resultados da cirurgia bariátrica.
Isso é fascinante ao mesmo tempo que chama a atenção para a necessidade de dominar novas áreas, como emagrecimento e qualidade de vida.
Seja porque os avanços científicos vão trazer segurança para novas alternativas de tratamento, seja porque a obesidade é uma doença multifatorial que tem as mais variadas consequências no paciente. Isso significa que mais cedo ou mais tarde você terá de tratar pacientes obesos, sendo emagrecimento sua área de atuação ou não.
Esteja sempre atento.


