O Ozempic é um dos medicamentos que mais trazem benefícios para a saúde do paciente no combate à obesidade. Mas seria possível potencializar o seu efeito com segurança? O que dizem os estudos?
É sobre isso que vamos tratar aqui: o futuro do tratamento da obesidade com terapia medicamentosa e como isso impacta a saúde do seu paciente, os exercícios físicos e a reeducação alimentar.
Além disso, vamos ver como isso pode impactar na sua carreira como médico especialista em emagrecimento.
Aliás, este conteúdo faz parte dos 40 dias com GA (Gabriel Almeida). Se você deseja fazer de 2023 o melhor ano da sua carreira médica, esta jornada é para você.
O link do DOI e o artigo para download estão logo após a conclusão.
Para manter o ritmo desse início de ano, vamos à…
Resenha do artigo: Long-acting amylin analogues for the management of obesity
A prevalência da obesidade está aumentando em todo o mundo, tendo grandes implicações para os sistemas de saúde. No nível individual, a obesidade está associada à redução da qualidade de vida e a uma série de comorbidades debilitantes que aumentam o risco de morte prematura. As intervenções no estilo de vida mostram efeitos limitados a longo prazo sobre o peso corporal e a mortalidade geral.
A cirurgia bariátrica reduz o peso corporal naqueles elegíveis para cirurgia, mas o procedimento apresenta risco não desprezível de complicações e outras opções são necessárias para atender à crescente prevalência de obesidade.
Assim, as farmacoterapias para a obesidade são uma alternativa atraente à cirurgia bariátrica e complementam as intervenções no estilo de vida para a obesidade. Atualmente, seis agentes farmacológicos são aprovados para perda de peso nos Estados Unidos.
A maioria desses agentes apresenta eficácia modesta, geralmente resultando em reduções de peso corporal de menos de 10%. No entanto a semaglutida, análogo do peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1), administrado uma vez por semana, em uma dose de 2,4 mg foi recentemente aprovado como uma terapia para perda de peso nos Estados Unidos sob o nome comercial Wegovy.
Como monoterapia o tratamento a longo prazo com semaglutida demonstrou reduzir o peso corporal de 12,6 para 16,9% em adultos com sobrepeso ou obesidade após 2 anos de tratamento.
Várias outras farmacoterapias para perda de peso estão sendo buscadas e muitas das estratégias antiobesidade emergentes exploram o direcionamento de múltiplos sistemas receptores de uma só vez, algumas demonstrando reduções superiores no peso corporal em comparação com a monoterapia.
Consistente com esta abordagem, um novo análogo de amilina de ação prolongada em combinação com semaglutida apresentou uma impressionante perda de peso de 17,1% em indivíduos obesos após 20 semanas de tratamento. Isso suporta análogos de amilina de ação prolongada e descreve a base mecanicista de seus efeitos no peso corporal.
A amilina é um hormônio peptídico co-secretado pelas células beta pancreáticas com insulina tanto no estado basal quanto em resposta a nutrientes circulantes, incluindo glicose, aminoácidos e ácidos graxos. Ele interage com os receptores de amilina acoplados à proteína G, dos quais existem três subtipos. Todos os três consistem em um componente central, o receptor de calcitonina (CTR), que é modificado por uma das três diferentes proteínas modificadoras da atividade do receptor (RAMPs), RAMP1, RAMP2 e RAMP3, promovendo afinidade para a amilina.
Conclusão
Em comparação com o atual líder da pipeline de drogas anti-obesidade, tirzepatide, a estratégia cagrilintide/semaglutide é potencialmente igual ou ainda superior em termos de perda de peso com um perfil de SEGURANÇA. Sendo assim, análogos de amilina de ação prolongada surgiram como potenciais novas terapias para a obesidade.
Dados pré-clínicos sugerem que a amilina atua através de mecanismos centrais para reduzir a ingestão de energia e o peso corporal. A área postrema parece ser essencial para esses efeitos, mas outras áreas do cérebro também podem estar envolvidas.
Essa se mostra uma excelente estratégia e mais uma medicação pro arsenal terapêutico de combate a obesidade quando estamos vendo novas medicações.
Vimos a combinação de mecanismos de ação como os que temos nos protocolos avançados. Assim o êxito é mais eficaz e podemos também evitar o chamado efeito sanfona.
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