A obesidade é um grave problema de saúde pública, desafiando os profissionais de saúde em todo o mundo. Mulheres com obesidade têm maior risco de desencadear transtornos psicológicos, devido ao estigma do peso. A estigmatização da saúde relacionada ao peso se correlaciona com o comportamento e contribui para um ciclo vicioso de processos obesogênicos.
Neste estudo o objetivo foi analisar a associação entre a presença de sofrimento mental, risco de transtornos mentais e comportamentos alimentares em mulheres magras, com sobrepeso e obesas.
Foram incluídas 169 mulheres adultas com idade entre 20 e 39 anos, as participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, responderam a um questionário sobre hábitos alimentares, o Self Report Questionnaire (SRQ-20), a Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse ( DASS-21) e o Questionário de Alimentação de Três Fatores – R21 (TFEQ-R21).
A presença de sofrimento psíquico foi maior no grupo magro (26,9%) em relação ao grupo sobrepeso e obeso (57,8%). O grupo com sobrepeso e obesidade teve escores significativamente mais altos para o SRQ, DASS e TFEQ-R21 (p = 0,001 para todas as análises), exceto na avaliação da restrição cognitiva. Várias correlações entre os escores foram encontradas e resumidas.
Não houve efeito significativo do índice de massa corporal na alimentação emocional, embora o índice de massa corporal exerça efeitos no escore DASS e no comportamento de compulsão alimentar, ambos apresentando efeitos de mediação na alimentação emocional.
Esses resultados apoiam a conexão entre o estado de saúde mental e a presença de sobrepeso e obesidade e enfatizam que os riscos à saúde mental também precisam de direcionamento específico nas políticas públicas.


